sexta-feira, 28 de setembro de 2012

No canto da sala


 
No canto da casa
Em um vaso bem cuidada.

De tronco amarronzado
E de folhas esverdeadas.

As folhas abertas parecem dedos.
São os dedos da natureza
Tentando me tocar.

Solitária no canto da sala ela continua
Recebendo água e mesmo assim
vejo suas folhas secarem.

O meu olhar no seu.
A minha dúvida na sua.
A sua tristeza na minha.

Levo-a para um banho de sol
E vejo o seu sorriso.

Sua energia contagia
E traz alegria novamente.

Mesmo quieta no canto da sala
Ouço suas palavras,
seus sussurros
e seus desejos.

De conhecer o mundo lá fora
De sentir o amanhecer e ser
Tocada pelos primeiro raios do sol.

O vento acaricia todo seu corpo.
Que não para de dançar.

E no ritmo do canto dos pássaros
Ela se faz bailarina.

A minha menina é a minha floresta
Na selva de pedras.

É a saudade do pedaço de terra
Do silêncio e da paz
Do amor e do respeito pelo ser.

No canto da casa,
O meu coqueiro sobrevive...
E eu tento entender o seu querer.

Mas acabo sem saber o que fazer,
Pois tudo secou e se acabou na plena
Existência do ser.

No canto da sala meu coqueiro sobrevive.

(Autor: Gui Venturini)

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