No canto da casa
Em um vaso bem cuidada.
De tronco amarronzado
E de folhas esverdeadas.
As folhas abertas parecem dedos.
São os dedos da natureza
Tentando me tocar.
Solitária no canto da sala ela continua
Recebendo água e mesmo assim
vejo suas folhas secarem.
O meu olhar no seu.
A minha dúvida na sua.
A sua tristeza na minha.
Levo-a para um banho de sol
E vejo o seu sorriso.
Sua energia contagia
E traz alegria novamente.
Mesmo quieta no canto da sala
Ouço suas palavras,
seus sussurros
e seus desejos.
De conhecer o mundo lá fora
De sentir o amanhecer e ser
Tocada pelos primeiro raios do sol.
O vento acaricia todo seu corpo.
Que não para de dançar.
E no ritmo do canto dos pássaros
Ela se faz bailarina.
A minha menina é a minha floresta
Na selva de pedras.
É a saudade do pedaço de terra
Do silêncio e da paz
Do amor e do respeito pelo ser.
No canto da casa,
O meu coqueiro sobrevive...
E eu tento entender o seu querer.
Mas acabo sem saber o que fazer,
Pois tudo secou e se acabou na plena
Existência do ser.
No canto da sala meu coqueiro sobrevive.
(Autor: Gui Venturini)